10 de mai. de 2005

APRENDA A CALAR...

APRENDA A CALAR...

Aprenda a silenciar a palavra que sai gritada de seus lábios, ferindo a
sensibilidade alheia e lhe deixando à mercê das companhias inferiores.

Aprenda a calar...

Aprenda a silenciar a palavra suave, mas cheia de ironia que sai de sua
boca ridicularizando, humilhando a quem se dirige e que lhe intoxica,
provocando a dor de estômago, as náuseas ou a enxaqueca.

Aprenda a calar...

Aprenda a silenciar o murmúrio que sai entre dentes, destilando raiva e
rancor e atingindo o alvo, que fere como punhal ao tempo em que lhe
fragiliza a ponto de não se reconhecer, de se assustar consigo mesmo.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar o pensamento cruel que lhe passa na mente e que, por
invigilância, se detém nele mais do que deveria. Você se assustaria se
pudesse ver sua máscara espiritual distorcida.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar o julgamento que extrapola o que vê e o que sabe,
levando-o a conjeturar sobre o outro, o que não sabe e não viu, plasmando idéias
infelizes que são aproveitadas pelos opositores daquele que é julgado.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar todo e qualquer sentimento indigno, zelando pelas nascentes
do seu coração, para que não macule e não seja maculado.
Aprenda a vigiar os sentimentos para que cada dia, mais atento e vigilante,
saia da esfera mesquinha a que se aprisiona voluntariamente, e possa alçar
vôos mais altos e sublimes.

Aprenda a calar...

E, enquanto não consegue deixar de gritar, falar, murmurar, pensar
cruelmente e julgar, insista em orar nesses momentos. Nem que as frases lhe
pareçam desconexas e vazias de sentimento.
Insista na oração até que, um dia, orará não com palavras nem pensamentos,
mas todo você será sentimento, amor, amor puro e verdadeiro em ação,
dinâmico, envolvendo os outros e a si mesmo, verdadeiro discípulo que
conseguirá ser.

Aprenda, definitivamente, a calar!